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Mostrando postagens de maio, 2016

Escrevendo e exorcizando os meus demônios

Voltei a me encontrar depois de um longo período de desencontros comigo mesmo. Voltei a me interessar por Woody Allen, Nietzsche, Bukowski e todos esses caras que de alguma maneira bem peculiar, influenciam o meu pensamento.  Woody Allen Começando por Woody Allen, que é um apreciador de Nietzsche e que diz que a vida não faz sentido, e além disso, é marcada por grandes decepções. Ele fala muito sobre as distrações, que já que a vida não faz nenhum sentido e se você ficar pensando muito nisso, acaba louco. Então é bom ter com o que se distrair. O problema é que as nossas distrações não nos são dadas. Nós mesmos é que temos o trabalho de descobri-las. Não sei se você já notou, mas a vida não tem nenhum manual de sobrevivência, nós que temos que nos virar para achar um sentido para ela. Ele se distrai escrevendo roteiros, vendo jogos de baseball, indo tocar a sua clarineta, ouvindo jazz dos anos 30 e 40, além de fazer os seus filmes, é claro.  Nietzsche Para Nietzsche, a

Nossas fundações de areia

"Somos finos como papel. Existimos por acaso entre as porcentagens, temporariamente. E esta é a melhor e a pior parte, o fator temporal. E não há nada que se possa fazer sobre isso. Você pode sentar no topo de uma montanha e meditar por décadas e nada vai mudar. Você pode mudar a si mesmo para ser aceitável, mas talvez isso também esteja errado. Talvez pensemos demais. Sinta mais, pense menos." Charles Bukowski Ninguém melhor do que Bukowski para falar da efemeridade (prometo que essa será a única palavra complicada do texto) da vida. Nunca nos é falado sobre o fator tempo e como ele é importante na nas nossas vidas. Hoje você está no auge, no topo da montanha, amanhã, na sarjeta, jogado, esperando por migalhas. As coisas acontecem e simplesmente acontecem. Não temos como fugir disso. Não existe final feliz no mundo real. O final feliz é uma ilusão animadora, feita para convencer meia dúzia de gatos pingados. A vida é crua, a vida é uma montanha, pobre dos que vivem nu

Mais Nietzsche, menos frustrações

Um orgasmo dura cinco segundos, uma enxaqueca, cinco horas. Isso explica muito coisa. Significa que no fim, a tristeza vence. No entanto, isso não significa que não existam outras formas de sentimentos que nos movam. Um exemplo disso, são as alegrias que temos com os encontros com o mundo. A cada novo encontro, um novo afeto. Entendendo afeto como a maneira que o mundo te transforma. Por exemplo: você viu uma foto, o fato de ter visto essa foto, foi o efeito, algo objetivo. Já o que você sentiu ao ver essa foto, é subjetivo, algo novo.  O mais paradoxo disso tudo, é que essa mesma foto, pode nos produzir afetos diversos com o decorrer do tempo. O que te afetava de tal maneira, já não tem mais esse poder. Isso acontece porque somos seres em eterna mudança, e o que queremos hoje, queremos hoje. Não podemos transformar nada num ídolo. O que nos fazia feliz ontem, provavelmente não vai nos fazer feliz amanhã.  E as frustrações? São afetos incompreendidos. Achamos que se alguém te ama,

A consciência

Sentado numa mesa, completamente apinhada de papéis, Barros tentava dar início a mais um de seus contos. Sabia que não seria fácil, afinal de contas, sofrera um terrível acidente no qual o deixou numa cadeira de rodas.  A fase das reclamações e a fase de adaptação já tinha passado. O que lhe faltava, era inspiração. Com o acidente, Barros fora abandonado pela mulher, que também levou os três filhos que tinham, portanto, Barros ficou numa solidão imensurável. Mesmo tendo contato com os filhos quinzenalmente, ele não conseguia ter a inspiração necessária, parecia que algo não se encaixava, algo estava faltando.  No interior de seu quarto, os ratos paravam para comer os pedaços velhos de uma pizza que ali estava há pelo menos três dias. O gato, que deveria dar fim a aqueles indesejáveis ratos, preferia ficar andando pelos telhados, em busca de aventuras noturnas.  Barros olhava toda aquela situação com muito desgosto, afinal de contas, perdera grande parte da sua capacidade de loco

Resenha - O Retrato de Dorian Gray

Sinopse Dorian Gray é um jovem belíssimo que tem seu retrato pintado por Basil Hallward. O pintor, que apresenta Dorian ao lorde Henry Wotton, que o faz tomar consciência de sua beleza e do valor de sua juventude, e o inicia em um mundo de vícios e desregramento. Apaixonado pela própria imagem e influenciado pelas palavras de lorde Henry, Dorian deseja permanecer eternamente belo, como no retrato. Misteriosamente, seu desejo é atendido. Conserva sua imagem jovem e inocente, enquanto o retrato muda, refletindo seu estado real de degeneração. Resenha Ler O Retrato de Dorian Gray, me fez pensar muito na nossa sociedade contemporânea. Uma sociedade em que a aparência está acima de tudo e todos lutam por ela, deixando de lado princípios básicos como educação, simplicidade e humildade.  No começo, Dorian é apenas um jovem indefeso e imaturo, do qual acabou de sair da sua adolescência e que não fazia ideia da beleza inigualável que possuía. Com o passar do tempo e com a influên

Irreparável

Não consigo de deixar de te olhar  Teus olhos são hipnotizantes E toda vez que estou contigo Quero estar sempre                                       Gosto de saber que te tenho De segurar a tua mão e te sentir segura Gosto de quando repara os meus defeitos com palavras E de como repara nas minhas qualidades com olhares As estações me aproximam de você E as rodas me afastam Mas eu sempre sei que quando as estações me aproximarem, serei feliz E quando as rodas me afastarem, levarei comigo, um lindo sorriso no rosto Os erros fazem parte da sua perfeição Seu olhar sempre me diz o que preciso saber Nosso olhar, entre nós, dentro de nós, para nós E cada vez que cheiro o teu cabelo, cada vez que te aperto, cada vez que te beijo Sei que me olha, sei que é minha E quando as rodas vêm para me levar, sei que está tudo, menos sozinha Rio, 3 de maio de 2016.

Erros

É duro saber que erramos Saber que apesar de tudo, somos meros humanos É duro saber de toda a imperfeição nos corrói constantemente E é pior ainda saber que os erros destroem construções maravilhosas Como olhar para frente sabendo de todos os meus erros me transformaram no que sou? Como continuar, sabendo que os meus erros foram motivos de tristeza? Como continuar sendo o sol da manhã de todas as manhãs de quem realmente me importa e se importa comigo? O poeta geralmente tem todas as respostas, não eu Talvez eu não seja poeta, sou só um ser errante Que apesar de todos os erros já cometidos Não tem medo de também ser a cura de um coração partido E vou continuar por todas as ruas a segurar na tua mão A te guiar para que não se perca do caminho A ser a pessoa que te mostra à direção Porque quero caminhar, mas não sozinho Rio, 4 de maio de 2016.