Voltei a me encontrar depois de um longo período de desencontros comigo mesmo. Voltei a me interessar por Woody Allen, Nietzsche, Bukowski e todos esses caras que de alguma maneira bem peculiar, influenciam o meu pensamento.
Woody Allen
Começando por Woody Allen, que é um apreciador de Nietzsche e que diz que a vida não faz sentido, e além disso, é marcada por grandes decepções. Ele fala muito sobre as distrações, que já que a vida não faz nenhum sentido e se você ficar pensando muito nisso, acaba louco. Então é bom ter com o que se distrair. O problema é que as nossas distrações não nos são dadas. Nós mesmos é que temos o trabalho de descobri-las. Não sei se você já notou, mas a vida não tem nenhum manual de sobrevivência, nós que temos que nos virar para achar um sentido para ela. Ele se distrai escrevendo roteiros, vendo jogos de baseball, indo tocar a sua clarineta, ouvindo jazz dos anos 30 e 40, além de fazer os seus filmes, é claro.
Nietzsche
Para Nietzsche, a coisa é ainda mais profunda. Ele foi o responsável por matar deus e todos os ideais políticos, como sociedade sem classe, comunismo, socialismo, paraíso cristão e todas as utopias que o homem inventou para conseguir suportar seu vazio existencial.
E o mundo é o que é, sem deus, sem ordem, um caos sem fim e sem cartilha. Não temos um manual da vida ideal e qualquer tentativa de viver a vida perfeita não passa de uma utopia. Já que não existe manual, roteiro, lista com dez itens, Nietzsche nos propõe uma saída existencial chamada de Eterno Retorno. O Eterno Retorno é uma doutrina que nos questiona sobre as coisas que fazemos. Se toda vez que você fizesse alguma coisa, você se perguntasse "Eu quero fazer isso infinitas vezes?", e se a resposta for sim, você está vivendo uma vida que tem chance de se tornar uma obra de artes, caso não, você só está passando seu tempo aqui na terra. Vou dar um exemplo: pense em algo que você gosta de fazer, pensei em escrever, toda vez que escrevo, quero repetir isso infinitas vezes. Então, eu faria da minha vida uma obra de artes, caso vivesse em prol disso.
Bukowski
Por fim, Bukowski. Um grande pessimista. Bukowski diz que nada foi feito para durar e que o fim é mais rápido do que imaginamos. São as tais fundações de areia. Ele também faz uma metáfora muito legal com a morte, diz que a carrega no bolso e que está esperando por ela. É claro que é uma metáfora. Todos os fins da nossa vida são pequenas mortes, até que venha a morte final, a tal da morte física. Em toda a sua obra, ele evidencia a proximidade do fim, e que ele está mais próximo do que achamos.
Minhas conclusões
Todos estão certos. A vida realmente não tem sentido nenhum, cada pessoa dá um sentido único a sua vida.
Não existe nenhuma divindade que nos aponta o caminho, isso é só um jeito mais confortante de suportar o vazio existencial, já que sem deus, tudo está nas nossas costas.
Já que a vida não tem sentido, temos que fazer o que gostamos, senão a vida se torna insuportável.
Devemos saber o que nos distrai, para quando os pensamentos ruins vierem, estarmos preparados para suportá-los.
Talvez devêssemos mesmo viver de acordo com o Eterno Retorno e só fazer o que queremos fazer incontáveis vezes.
Devemos nos preparar para o fim, ele vem mais rápido do que podemos imaginar.
Comentários
Postar um comentário