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O carnaval


Não sei por que, mas demoro demais para perceber coisas óbvias, ou melhor, muitas vezes, coisas das quais já sei. Já sei que deveria fazer apenas as coisas que quero, coisas que me deixem me bem com a minha própria consciência. Neste ponto, vale uma reflexão sobre a própria consciência, que não é nada além do que aquela vozinha que te diz para não fazer algo, mas mesmo assim você faz e acaba obviamente se arrependendo.

Tive o desprazer de sair em um dos dias do carnaval. Foi muito mais impactante do que apenas não ter gostado de estar lá. Estar entre pessoas com as quais não queria estar e ouvir músicas das quais não queria ouvir não foi o bastante para me decepcionar. Minha decepção foi minha, só comigo. 

Voltando para casa, no metrô, lembrei-me da célebre frase do Nietzsche: "Torna-te quem tu és." Naquele momento, apenas pude pensar em uma coisa: não pertenço a este lugar, não pertenço a essas pessoas, não pertenço a essa música, pertenço a mim. Para ser quem sou, tenho de trilhar o meu próprio caminho, ser senhor do meu próprio destino.

Quantas vezes não fazemos algo meramente por estarmos em grupo, mas que não faríamos se estivéssemos sozinhos? Aqui também vale uma reflexão do Olavo de Carvalho: "Não prostitua a sua personalidade em troca da aceitação pelo grupo. É um preço muito alto a ser pago." 

Mais do que nunca, percebi que fazer algo por mera conveniência é se entristecer para agradar aos outros, não sendo altruísta, mas tendo um pensamento meramente de manada. 

Talvez eu não esteja em um dos meus dias mais inspirados para escrever, mas queria dizer apenas que o preço a se pagar por tentar enganar a sua consciência é muito caro, você nunca sai feliz dessa aventura. Por fim, gostaria de encerrar com uma citação do Ibsen: "Os homens mais fortes são os mais solitários."

Nos vemos em breve.

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