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As minhas três verdades

Ao término de cada entrevista, Lewis Howes faz aos seus convidados uma pergunta extremamente filosófica, de fato, uma das mais profundas que já ouvi até hoje: hoje é o seu último dia na Terra, você conseguiu alcançar tudo o que sempre quis, entretanto, de repente, todo o conhecimento que produziu sumiu do mundo, você só tem uma folha de papel e tem que escrever as suas três verdades, três mensagens que gostaria de deixar para a humanidade, quais seriam elas? 

Baseando-se nisso, seguem as minhas três verdades:

1. Aprenda a aprender:

Aos 16 anos, li o meu primeiro livro de autoajuda. Não sabia o que era autoajuda, nunca tinha ouvido falar desse termo. Achei no Google um PDF muito mal escaneado e comecei a ler. O autor da obra, ainda na introdução, pede uma única coisa para seus leitores: que tenham um desejo ardente para aprender as lições. Apenas isso: esteja disposto a aprender. 

Tal conselho pode parecer pueril, mas é a essência de todo aprendizado: sem ter a humildade necessária para saber que podemos aprender algo novo, que estamos em constante evolução e que melhorar só depende de nós, ficamos parados no mesmo lugar. É muito mais fácil dizer que "isso não é para mim" do que admitir que há muitos pontos que precisam de ser melhorados. A evolução é lenta, sofrida, solitária, mas o preço por permanecer na ignorância é incalculavelmente maior.

2. Seja sincero consigo mesmo:

Recentemente, me envolvi com uma moça que tinha uma cosmovisão completamente diferente da minha. Apesar de não ter mentido para ela quanto às minhas visões, não fui totalmente sincero. Não poder dizer a verdade ou mesmo se privar de dizê-la é uma forma de mentir. O preço por não dizer a verdade é muito mais caro do que dizê-la. Quanto mais nos esforçamos para agradar a outras pessoas, menos nos agrademos. Quanto mais fingimos ser quem não somos para agradar alguém, mais mentimos para nós mesmos. 

Viver tendo a verdade como critério é muito mais fácil. Além de se agradar, de viver sem nenhum peso na consciência, as pessoas que estão ao seu redor também sentem isso, sabem que estão conversando com alguém que está tranquilo mesmo estando vulnerável, porque, afinal de contas, dizer a verdade é estar vulnerável a todo momento, nunca sabemos quais podem ser seus efeitos, contudo, são muito menos nocivos do que viver uma vida pautada em mentiras. Não prostitua a sua personalidade pela aceitação do grupo, é um preço caro demais a se pagar.

3. Tenha disciplina:

Esqueça motivação, inspiração, ou qualquer outro termo pomposo que possa vir à sua mente para aquele desejo que você tem de fazer algo. Se você quer escrever um livro, não adianta estar motivado ou inspirado, o único caminho possível é a disciplina. Fazer todos os dias, querendo ou não. Motivado ou não. Inspirado ou não. E por mais paradoxal que pareça, quando você de fato decide que fará algo todos os dias, mesmo sem vontade nenhuma, assim que começa a fazer, se sente motivado. Não é a motivação que lhe leva à ação, mas justamente o contrário: a ação leva à motivação. Na dúvida, sempre aja. Faça alguma coisa, mas faça, uma ideia não executada é apenas uma ideia não executada. Quantos gênios será que a humanidade não perdeu por nunca colocarem as suas ideias em prática? Um minuto de ação supera uma vida de motivação. Motive-se, mas aja. 

Comentários

  1. Perfeito! Confesso que sou uma pessoa com ego grande, aquele tipo de coisa que a gente batalha contra todos os dias e sabe que uma terapia vai bem. Mas, enfim, no entanto, sempre gostei de aprender! Minha questão é é basicamente quando a pessoa se acha incrivelmente melhor e quer te ensinar algo com uma postura soberba. Hehehe... Sou perfeita em aprender? Não. Continuo achando que se eu não gosto de tal coisa, não quero me sentir forçada a aprender, como comoutacao, por exemplo.
    Definitivamente, a melhor coisa que eu fiz ultimamente, foi dizer a verdade, é libertador! O pensamento de não machucar os outros, mas viver machucado por guardar suas opiniões, vontades e verdades, não é viver. Literalmente, se morre aos poucos e de uma forma sofrida demais.
    Eu tenho aprendido em passos de tartaruga sobre disciplina, difícil, porém, necessária! E há poucos dias eu descobri exatamente isso, que se eu levanto e faço, mesmo sem vontade, eu fico motivada. A satisfação que isso traz é impagável!
    Parabéns pelo texto, sempre reflexivo e util!!!

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