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Por
mais irônico que possa parecer, costumamos valorizar o que não temos. Às vezes,
temos que perder algo, mesmo que apenas momentaneamente, para percebermos que
aquilo tem valor. Preferimos dar valor ao que não (ou, pelo menos, ainda não) é
nosso.
Quando
ficamos doentes, damos muito mais valor à nossa saúde, mesmo sabendo que sem
ela, somos finos como papel. Começamos a perceber que nosso corpo, de fato, tem
o seu valor e que dores físicas podem incomodar tanto quanto dores emocionais.
Então, quando finalmente recuperamos a saúde, voltamos a fazer o que muitas
vezes foi o motivo de nossa doença. Pois é, quando temos saúde, ela deixa de
ter valor.
A
mesma coisa acontece com o dinheiro. Quando estamos desempregados, cada centavo
tem um valor completamente diferente do que quando estamos trabalhando.
Refletimos muito mais sobre a necessidade real de gastarmos nosso dinheiro, já
que não sabemos quando teremos mais para gastar novamente. No entanto, quando
temos dinheiro disponível mensalmente, quando temos a “certeza” de que
receberemos no fim do mês, voilà, deixamos de dar valor ao dinheiro.
Quando
temos um relacionamento prolífico, seja uma amizade ou um namoro, o que
fazemos? Achamos que já está tudo garantido e deixamos de valorizar os
envolvidos. Sabemos que só colhemos o que plantamos, mas entre colher e plantar
há um passo tão importante quanto: cultivar. O dia a dia, ou seja, o processo
entre plantar e colher é tão ou mais importante do que a própria colheita.
Quanto
menos temos algo, mais valorizamos. Que tal se valorizássemos justamente o que
temos? Valorizarmos a casa e o bairro onde moramos, nossos amigos, nossas
conquistas, nossos bens, enfim, o que temos e não o que poderíamos (ou
poderemos) ter. Não quero que ninguém ache que o melhor caminho é o comodismo,
muito pelo contrário. Aproveitar o que temos não significa deixar de querer
algo melhor, mas que valorizamos o que temos, enquanto temos.
E
quanto às perdas? Às vezes, perdemos algo ou alguém que não queríamos perder.
Entretanto, conforme o tempo passa, conforme nos afastamos do fato e
conseguimos abrir nosso horizonte e ver a situação como um todo, percebemos que
aquele foi o melhor caminho a ser seguido, mesmo que parecesse algo impossível
no primeiro momento. A dor vira reflexão, e esta, alívio.
A
vida tem sua dose diária de ironia. Tomamos os comprimidos e nem percebemos.
Quando não queremos algo, ela nos dá. Quando queremos, ela não nos dá. Quando
queremos manter, ela nos tira. Quem foi que disse que viver seria fácil? Não,
não é. Cada dia tem os seus desafios e temos que ir nos adaptando a eles à
medida que aparecem. Doutora Vida, é um prazer.
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