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Mostrando postagens de julho, 2016

Chega de Cinza

Não me lembro o último sorriso sincero que dei, o último abraço apertado que me deram, nem ao menos a última conversa. Tudo desaba, num eterno abismo. Me sinto sozinho, não gosto disso. Já tentei gostar de ficar sozinho e não gosto dessa sensação. Tudo ia tão bem e de repente, as coisas resolveram mudar de caminho.  Sabe, não é nada fácil continuar uma batalha quando você mesmo está cansado demais para lutar. Eu luto contra os meus pensamentos, mas eles vêm me aterrorizar. Parece que não adianta nada ficar sentado no sofá e quando resolvo dar uma volta, espairecer a cabeça, os pensamentos vêm de novo. Não tem nada que eu faça que eu não pense em coisas que não devia.  Tive um começo de ano maravilhoso, uns seis meses de muitas alegrias, e tudo mudou. Eu, que falo tanto sobre a mudança, sinto na pele as consequências dela. Sinto que estou perdido, me sinto sem rumo, sem direção.  Devo agradecer aos meus amigos, sou muito grato a todos eles. Eles me incentivam a não desistir de nad

O camelô corajoso

Por mais que eu banque o durão, às vezes não tem como segurar. E isso aconteceu num ônibus. Nunca imaginei que um camelô pudesse me emocionar. Eu estava lá no banco alto, não sei bem o motivo, mas adoro o tal banco alto, e então, o camelô entrou. Ele foi indo lá para frente do ônibus e começou a falar: - Boa noite, sen sen sen senhores passageiros. Des des des desculpa interromper o si si si silêncio da sua vi vi vi viagem.  E com muito coragem, ele anunciou os seus produtos: balas e amendoins. Ao que fiquei com vontade de rir no primeiro momento, no segundo, e agora com lágrimas nos olhos, tive empatia pelo camelô. Fiquei pensando na sua coragem. Além da vergonha inicial de ser camelô de ônibus, ele ainda era gago. E não desistia de tentar e tentar de novo. Quando travava muito, ele parava, respirava fundo e tentava de novo.  Ele foi passando, quase ninguém comprou. Ele foi até o fim do ônibus, naquele espaço que tem cinco bancos e vendeu alguma coisa. Eu levantei o dedo e o ch

Ainda penso em você

Hoje olhei seu blog, não queria fazer isso. Não olhava desde o fim. Não faço ideia se você ainda lê o meu blog, se ainda me procura na sua cabeça. Sabe, é difícil de admitir que ainda penso em você. Meu inconsciente faz questão de me lembrar que você ainda existe, mesmo que longe. Ficou tanta coisa pela metade que o fim não pareceu um fim, pareceu um "até logo". O fim já aconteceu, mas de que adianta se você ainda permanece na minha cabeça?  Eu tive que excluir suas fotos, nossas conversas, seus áudios, tudo. Não queria ser um peso morto na sua vida. Queria que você seguisse em frente, e você seguiu.  Fiquei desesperado na época. Pedi conselho a todos que eu achava que poderiam me ajudar. Não foi fácil te esquecer. E até hoje, não consegui.  Deveríamos conversar e tentar nos entender. Infelizmente, eu não posso fazer nada. Você me bloqueou em tudo. Estou disposto a ter uma conversar, te dar as chaves das malditas algemas que ainda te prendem a mim.