Atualmente, observar as pessoas em qualquer lugar público pode ser, ao mesmo tempo: estranho, esquisito e até mesmo assustador. Hoje, o mundo é cada mundo, cada um no seu próprio mundo. Pessoas vivendo dentro de uma tela porque não conseguem mais viver o presente, viver o momento. Fugir da realidade é a nova realidade. O presente virou a mensagem que está para chegar, e como ainda não chegou, ficamos presos em um universo virtual de fatos que ainda estão para acontecer. O futuro virou o novo presente. Hoje, estar presente no mundo virtual é abdicar do mundo real.
Aquele sorriso lindo não pode mais ser visto, você estava ocupado demais olhando o feed de notícias. A flor, o girassol, o coração, a âncora e o fusquinha foram todos ofuscados por algumas polegadas e um pouquinho de radiação. Os cinco sentidos foram substituídos por um sexto: o sentido virtual, seria a virtualização?
As oportunidades são como um ônibus: para que ele pare, você precisa tomar uma atitude, precisa fazer o sinal. E, de vez em quando, ainda tem que dar uma corridinha para conseguir pegar. Quem foi que disse que seria tudo de mão beijada? Você também tem a opção de não fazer nada, deixar que o ônibus passe, mesmo sabendo que pegá-lo poderia ser uma experiência muito mais interessante. A falta de atitude é uma atitude. É escolher não fazer nada quando algo poderia ser feito. É deixar a oportunidade passar por mero medo de tentar. O presente é assustador para aqueles que vivem no futuro.
Não controlamos os pensamentos que vêm à nossa cabeça, mas somos livres para interpretá-los e tomar alguma atitude a partir de nossas interpretações. Não sabemos quais serão os resultados das nossas ações, mas se não fizermos nada, não haverá resultado nenhum.
A ideia da morte, apesar de assustadora em um primeiro momento, é extremamente libertadora, é saber que não temos nada a perder e que a vida não é nada além de uma sequência de experiências. Por que evitá-las, já que são as únicas coisas que temos e que nos fazem ser quem somos? Vive-se a vida vivendo; não pensando no que poderia ter sido vivido. Para ser, é preciso estar disposto a fazer: torna-te aquilo que és.
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