Pular para o conteúdo principal

A vida é o que é

Às vezes você está apenas cansado, simples assim, como piscar os olhos. As coisas vão se repetindo numa espécie de loop infinito, é o eterno retorno de Nietzsche, diriam alguns. Você olha ao redor e faz a pergunta mais temida de todas: "o que é que eu estou fazendo aqui?" Não é que as coisas não fazem sentido, é que você não consegue ver sentido nelas.

Perder a capacidade de se decepcionar é, ao mesmo tempo, de uma tristeza profunda e de uma liberdade infinita. É triste porque você abre mão de ter esperança; é libertador porque você sabe que não tem jeito. Você pode escolher se estressar infinitamente com alguém babaca, mas também pode aceitar que essa pessoa é assim e que não mudará. Aceitar e entender que "fulano é assim, o que mais você quer, não dá para esperar nada de diferente dele" ou, simplesmente: "é isso aí." Há dois caminhos: um liberta; o outro, aprisiona. 

Queremos que as pessoas mudem porque nos importamos com elas. Importar-se no sentido de ligar, de dar valor ao que essa pessoa diz, seja porque você concorda ou discorda com ela. Ter de lidar com alguém que tem opiniões diferentes das suas é muitas vezes insuportável porque não queremos ser desagradados, sentimo-nos mal quando isso acontece. A grande questão, no entanto, é: se tenho que lidar com essa pessoa por determinado período, por que me importar, já que sei que será estressante?

Não há nenhuma necessidade de se importar com quem você não vai com a cara, as coisas são como são, o mundo é o que é. Quando essa pessoa fizer ou falar algo que você não concorda, simplesmente caia na real e diga para si mesmo: "é o fulano, o que mais posso esperar dele?" Agindo assim, você começa a entender que ninguém mudará de opinião só porque há no mundo pessoas com pensamentos diferentes dos dela. Dançar conforme a música não só deixa a vida mais leve, como também, minimamente suportável. Um tal de Charles disse que sobreviver não é uma questão de ser o mais forte ou o mais inteligente, mas de ser o mais adaptável. Chegamos até aqui como espécie não por sermos o animal mais forte (longe disso), muito menos por sermos o mais inteligente (fazemos cada burrada, não é?), entretanto, devemos admitir que somos muito adaptáveis. 

Não é sobre largar tudo de mão e não ligar mais para nada, mas sobre ligar para o que realmente importa. É sobre ligar para o que dá sentido à sua vida, é sobre ligar para o que tem valor por si só. A vida é muito curta para dar valor a o que não tem importância, na verdade, é uma contradição em termos. Lembrar-se da morte ainda é o maior remédio na hora de decidir o que vale a pena e o que não. Se hoje fosse seu último dia na Terra, ligaria mesmo para as ninharias que de vez em quando ainda liga? Agora, se não se importam, tomarei uma cerveja. Até logo.

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

É melhor deixar os livros deitados ou em pé?

Nesse post, falarei sobre como você deve guardar os seus livros. Sei que muitos não tem o espaço que gostariam para guardar seus livros, mas os guarde empilhados só em ÚLTIMO caso. Os livros estragarão se eu os deixar embilhados? Sim. Essa é a resposta, curta e direta. O motivo é simples: com o peso dos livros que ficam em cima, os livros que ficam em baixo terão as suas folhas, capa e lombada danificadas com o passar do tempo. E todos nós sabemos que os livros não são objetos baratos aqui no Brasil, então, podendo conservá-los, por que não? Outro fator interessante, será a dificuldade para pegar o último livro da pilha. Já viu como é chato ter que pegar aquele último livro da pilha? Às vezes vejo fotos de pessoas que fazem uma pilha de livros enorme, do tamanho de uma pessoa. Mesmo que só para um foto, não façam isso, estão estragando os seus próprios livros. Caso realmente não tenha jeito, empilhe os livros no formato de pirâmide, como na foto: O que é possíve

O que Charles Bukowski quis dizer com o seu Don't Try

Tanto em inglês como em português, o verbo tentar pode ser transitivo como intransitivo. No entanto, a frase do túmulo de Bukowski é transitiva, mas sem complemento. Ou seja, o verbo try em don't try precisaria de um complemento, como it , por exemplo. Obviamente, o autor fez isso de propósito, deixou a ideia de não tentar em aberto, não tentar o quê, exatamente? Eis o grande mistério.  Bukowski não era o tipo de pessoa que ficava se preocupando muito com as outras, sua principal preocupação era ter uma máquina de escrever para parir suas ideias. Tendo feito isso, ele se preocuparia em ter uma bebida, cigarros e talvez uma mulher ao seu lado.  Seguidor do lema "os homens mais fortes são os mais solitários", Bukowski não era o tipo de cara que se sujeitaria a ter sangue de barata, com ele, era na base do vai ou racha. Ter muitos amigos ou poucos não fazia a mínima diferença, já que sabia que apesar de tudo, a sua própria companhia era o mais importante.

Como deixar os livros em pé mesmo tendo poucos livros

Hoje falarei para aquelas pessoas que estão começando a comprar livros e ainda têm poucos. Ou para aqueles que já têm muitos e por algum motivo deixam uma meia dúzia descartada num canto, empilhados.  Como organizar esses livros de uma maneira em que eles fiquem em pé, mesmo não tendo uma estante para apoiá-los? A resposta é simples: você vai precisar de algum pote antigo, copo, garrafa, enfim, algo que tenha peso suficiente para suportar o peso dos livros. Para tornar o objeto escolhido por você mais pesado, você pode colocar grãos de feijão ou arroz dentro do objeto.  Aqui vale também a criatividade. Uma garrafa ou um pote antigo podem ser reformados, pintados ou reciclados para ter uma aparência mais atrativa. Não tem muito segredo, nesse ponto, o mais importante é usar a criatividade para personalizar o objetivo da maneira que te agrade.  É perceptível como uma nova arrumação muda todo ambiente em que os seus livros se encontram, ficam até mais agradáveis de se a