E eis
que você resolve escrever. Antes de colocar o lápis (lapiseira) na mão, sempre
me vem à cabeça aquele pensamento se devo ou não escrever naquele momento. A
decisão, no entanto, tem sido pela escrita. Dando continuidade a um de meus
últimos textos, percebi que escrever é a melhor maneira de dialogar comigo
mesmo, nada organiza tão bem meus pensamentos como um lápis, uma folha de papel
e uma ideia a borbulhar. Quando você percebe que é o próprio ato de escrever
que lhe deixa motivado para escrever, tudo muda. Não é sobre estar motivado, é
sobre escrever. Escrever como forma de motivação.
A
maturidade vem de um longo e árduo processo que exige, sobretudo, uma dose
ímpar de humildade. Para amadurecer, antes de tudo, é necessário que haja muita
autorreflexão. É olhar no espelho e não ver um rosto, mas a alma. É, antes de
pensar em qualquer qualidade, pensar em um defeito. É ser capaz de enxergar
algo positivo em quem só transmite negatividade. É achar uma garrafa vazia
boiando em um oceano de afetos e ser capaz de encontrar o sentido da vida nela.
Ser
humilde não tem nada a ver com abaixar a cabeça para tudo, mas saber onde você
está, aonde quer chegar e qual será o caminho para chegar lá. Humildade vem
literalmente de “pés no chão”, não por não poder comprar um calçado, mas para
lembrar-se de que viemos da terra. Pés no chão para ser capaz de perdoar e
fazer as pazes com o meu passado e ficar livre para pensar no meu futuro. Só se
conecta os pontos da vida olhando para trás, mas só se constrói pontes olhando
para frente.
E cá
estou eu, perdoando o meu passado. Venha, pegue uma cadeira, sente-se comigo.
Você é o meu convidado de honra. Deixe todo o seu rancor de lado, traga-me paz.
Se não tiver paz para trazer, o fato de já ter se livrado do rancor já é um
começo, já podemos construir algumas pontes, já podemos ir de um ponto ao
outro. Se o ponto de chegada for pior do que o de partida, tudo bem, vamos
continuar, experiências ruins só deixam nossa casca mais grossa.
Quero
olhar o amanhã sem esquecer-me do hoje. Quero ouvir o canto dos passarinhos,
mas sabendo de todos os perrengues que elas passaram enquanto estavam em um
frágil e frio ninho. Quero correr, mas tendo em mente que um dia, tudo o que eu
conseguia fazer, era engatinhar. Alguns dirão que mudei de estilo, só tenho a
dizer que sou um eterno aprendiz.
Ótimo texto, como de costume! Eu falo isso pra todas as pessoas próximas a mim, principalmente qnd estão com problemas ou dúvidas: ponha no papel e vc verá a diferença que vai fazer. Ngm me ouve, mas vc é uma pessoa que me compreende, tem provas de que funciona e isso me conforta. Parabéns! Continue escrevendo, e boas reflexões pra nós! ;)
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