Dois maconheiros já chapados
estavam num trem vazio, em pé em frente à porta queriam arrumar algum jeito de
fumar lá dentro, mesmo sabendo que não estavam sozinhos.
“Você acha que é uma boa ideia?”
“HAHAHAHA! Eu acho que tudo é uma
boa ideia!”
“Ih, olha o cara aí, tá fumadão
já!”
“Fumadão nada aí, a graça da coisa
é aproveitar a paisagem. Olha lá a favela, que coisa bonita!”
“Cara, você não tá bem não.”
“Eu tô ótimo!”
“Mas e aí, cadê o baseado.”
“Tava contigo, lembra não?”
“Eu não, de uns tempos pra cá,
minha memória não tá funcionando direito não.”
“Tá vendo, depois eu que tô chapado
aí, mó doideira essa vida. O baseado tá contigo sim, procura aí nos bolsos e na
carteira.”
“Vou procurar.”
Com muita dificuldade, o maconheiro
que estava com o baseado, consegue achar e fala com o amigo.
“O Marquinho, bem que tu falou aí,
o baseado tava aqui mesmo! Eu nem me lembrava, onde que tava com a cabeça
hein?”
“HAHAHA! Te falei, compra uns dez
Torcidas aí pra nós cara, tô cheio de fome já!”
“Beleza, espera o cara passar.”
E lá vem o camelô com o grito
clássico:
“Torcida, um real, Torcida.”
“Tem de que?”
“Churrasco, galeto, cebola, queijo
e bacon.”
“Me dá dois de cada! Tô cheio de
fome já!”
O camelô ficou assustado, ninguém
compra tantos, vendeu o foi embora, todo animado com a venda, começou até a
gritar com mais intensidade.
“Aí Marquinho, agora tem biscoito
já, onde que vamos acender essa parada?”
“Sei lá, me dá aqui para eu
segurar.”
“Beleza.”
Marquinho fica com o baseado na mão,
mas sem acender, até que seu amigo pergunta.
“E aí, vai ficar fazendo o que com
esse bagulho na mão?”
“Vou apertar, mas não vou acender
agora. Se segura malandro, pra fazer a cabeça tem hora...”
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