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Um olhar no passado e um pé no presente

Conversando com uma amiga, ela me confessou que tinha ido procurar uma amiga da época do ensino médio para tentar reatar a amizade. Também me disse que sua tentativa de reatar a tal amizade não foi bem sucedida, que a antiga amiga a tratou com empáfia. 
Eu tentei explicar para ela, em poucos minutos, o porquê disso acontecer. Primeiro preciso isolar dois motivos que considero centrais: 

1. As pessoas têm uma tendência natural de tentar reviver momentos que foram bons (sentimento de nostalgia/saudade). 

2. As pessoas não percebem que com o passar do tempo, elas mudam e consequentemente, as pessoas que as faziam felizes também mudam. 

Por que então, o ser humano tem essa tendência de procurar reviver os bons momentos? Por pura nostalgia? Talvez a resposta mais óbvia é que se esses momentos foram bons no passado, não tem porque não serem bons no presente. 

É aí que todo perigo se encontra. Todos os momentos vividos são únicos e singulares. Qualquer tentativa de reviver algo bom só por pura nostalgia, se mostra um erro existencial. Como tudo está em permanente mudança, procurar reviver algo que já aconteceu pode ser, no mínimo, muito frustante.

O presente só se traduz em momentos, um atrás do outro. As pessoas que fazem partes da sua vida nesse momento, são as melhores. Até porque são as únicas. As pessoas que um dia fizeram parte da sua vida já não existem mais, são apenas devaneios da sua memória. 

Nossa natural tendência de procurar um refúgio no passado se traduz num presente insatisfeito ou incompleto. Uma vez que você tem um presente satisfeito e completo, seu olhar para o passado tende a não exteriorizar para além dos seus pensamentos. 

E mesmo que você consiga entrar em contato com a pessoa que te causou bons momentos, saiba que você e essa pessoa já não são mais os mesmos. Lembre-se disso em qualquer tentativa  de reatar com o seu passado. 

Vale aquela antiga máxima: reclame um pouco menos, espere um pouco menos e ame um pouco mais. 

Fazer as pazes com o presente, além de ser ótimo para ter paz de espírito é o único jeito de parar de se importar tanto com o que já aconteceu. Quando estamos preocupados com o nosso presente, nem nos damos ao trabalho de pensar no nosso passado. 

Ame o seu presente, até porque ele é o único momento que existe na sua vida. Não se esqueça de que o seu passado não passa de um devaneio da sua memória. E viver de devaneios não parece ser uma boa alternativa. Por pior que seja o seu presente, lembre-se que ele é único. Encare a vida na crueza em que ela se apresenta. E o verbo apresentar vem de presente. Coincidência? Acho que não.

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