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Mostrando postagens de 2016

Charles Bukowski - Eu nunca estive sozinho

Eu nunca estive sozinho. Eu estava num quarto — Eu tive vontade de me matar. Eu fiquei depressivo. Eu me senti horrível — principalmente horrível - mas eu nunca achei que uma pessoa poderia entrar naquele quarto e me curar daquilo que estava me angustiando... ou qualquer que fosse o número  de pessoas que entrasse naquele quarto. Em outras palavras, a solidão é algo que nunca me angustiou porque eu sempre tive esse desejo de estar sozinho. Estando numa festa ou num estádio lotado de pessoas brindando por algo qualquer, eu me sentirei sozinho. Citando Ibsen, "Os homens mais fortes são os mais solitários." Eu nunca pensei, "Bom, alguma loira gostosa vai vir aqui e foder comigo, esfregar as minhas bolas e eu vou me sentir bem." Não, isso não vai ajudar. Você sabe o que eles dizem, "Nossa, é sexta-feira à noite, o que você vai fazer? Vai ficar aí sentado?" Bom, vou. Porque não há nada lá fora. Isso é uma estupidez. Pessoas estupidas se misturando com outras

Charles Bukowski escreveu essa carta sobre largar a vida de 9 as 5 há trinta anos atrás e agora é mais relevante do que nunca

Charles Bukowski – ou Hank, para os íntimos – é conhecido como um dos melhores escritores americanos, mas você sabia que ele era um operário que tinha um grave problema alcoólico antes de se tornar um escritor famoso? A vida de um bêbado parasita literário que ele criou é algo que foi experienciado por ele mesmo, em primeira mão, pelos muitos anos que ele gastou realizando trabalhos improvisados (bicos) e trabalhando para o Correio dos Estados Unidos. Ele descreve o trabalho como esmagador de alma, entorpecedor e qualquer outro adjetivo que você possa pensar para descrever um trabalho mundano, repetitivo e que paga apenas um salário mínimo.  Não é uma surpresa que quando tinha quarente e nove anos, Bukowski tenha ficado muito grato quando o editor da Black Sparrow Press, John Martin, ofereceu a ele $100 por mês para trabalhar como escritor na condição que ele largasse o emprego no Correio e que Bukowski trabalhasse para ele em tempo integral. Bukowski expressa sua

Só dá para ensinar a quem quer aprender

Estive conversando recentemente com uma colega minha, que tem inúmeros problemas emocionais e apesar de saber disso, finge ignorar tal fato. Problemas como baixa autoestima, complexo de inferioridade, dar valor demais à opinião alheia são alguns exemplos. Como bom psicólogo de boteco, eu ofereci uma solução prática, direta e aplicável. Mandei um áudio de três minutos, dando todo o meu apoio e falando sobre tudo que eu achava que deveria ser feito. Ela ouviu e simplesmente ignorou, disse que seria melhor falar de outras coisas, já que aquilo era um assunto íntimo seu. Cada vez aumento a minha certeza de que as pessoas gostam de viver paradoxos. Sabem que têm algum problema e ao invés de enfrentá-lo, preferem fingir que esse problema não existe, ou fogem dele, tendo medo encará-lo de frente. Quanto mais se cava, mais coisa podre se acha. Somos um poço de problemas sem fim. No entanto, alguns problemas quando não solucionados, causam danos que vão se prolongando ininterruptam

Nunca dependa dos outros

Chego à faculdade e percebo que tinha esquecido o trabalho, que deveria ser entregue junto com a prova. Começo a procurar em todos os lugares possíveis, nada. Nem sinal do bendito trabalho. Comento com uma colega sobre o que aconteceu e resolvo ligar para o meu pai, mesmo sabendo que ele tem um conhecimento é equiparável ao de um cachorro quando o assunto é tecnologia. Como eu tinha feito o trabalho, mas não tinha enviado para nenhum outro lugar (nem e-mail, Google Drive, WhatsApp, nada), ele teria que fazer todo o processo. Ligar o computador, abrir o Google Chrome, entrar no Gmail, anexar o arquivo e enviar. Parece muito fácil para quem tem lá pelos seus vinte anos, certo? Certo. Mas não para uma pessoa com mais de cinquenta. Pois é, mesmo comigo explicando todo o processo, ele não conseguiu realizá-lo. Durante a ligação, essa minha colega veio com a minha mochila nas costas (um amor, não?) e me disse que o professor mudou a sala em que a prova seria realizada. No meio do ca

Um olhar no passado e um pé no presente

Conversando com uma amiga, ela me confessou que tinha ido procurar uma amiga da época do ensino médio para tentar reatar a amizade. Também me disse que sua tentativa de reatar a tal amizade não foi bem sucedida, que a antiga amiga a tratou com empáfia.  Eu tentei explicar para ela, em poucos minutos, o porquê disso acontecer. Primeiro preciso isolar dois motivos que considero centrais:  1. As pessoas têm uma tendência natural de tentar reviver momentos que foram bons (sentimento de nostalgia/saudade).  2. As pessoas não percebem que com o passar do tempo, elas mudam e consequentemente, as pessoas que as faziam felizes também mudam.  Por que então, o ser humano tem essa tendência de procurar reviver os bons momentos? Por pura nostalgia? Talvez a resposta mais óbvia é que se esses momentos foram bons no passado, não tem porque não serem bons no presente.  É aí que todo perigo se encontra. Todos os momentos vividos são únicos e singulares. Qualquer tentativa de reviver

O canto do alarde

Cada dia durmo mais tarde Ainda sem alarde Ouço os pássaros, ainda na escuridão Vejo gaiolas enclausurando asas ou sonhos Penas circulam na minha imaginação E os pássaros não param de cantar Talvez seja o verão Rio, 8/11/16

Brevidade

Guiado pelas palavras Acredito que podem me conduzir Por caminhos inexplorados Digo agora O que provavelmente não será mais dito E tudo isso morrerá Na mais brevidade sensorial  De um momento

Abismo de pedra

As pedras caem  Descendo, vagarosamente, por um abismo Elas não sabem  Mas fazem parte de um exorcismo Estão sendo exorcizadas  Mantidas de fora Não vivem mais nada Além do agora Vida de pedra Caindo, num abismo sem fim Esperando pela espera Como um bêbado Num botequim

Como parar de reclamar e como lidar com pessoas que adoram fazer isso

Lidando consigo mesmo O primeiro princípio do livro Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, é esse:  Não critique, não condene, não se queixe.  Acredito que o autor tenha razão. Ninguém suporta aquelas pessoas que só sabem reclamar. As reclamações geram negatividade, é inevitável. As pessoas que baseiam suas vidas em reclamações, estão cobertas de pensamentos negativos. Elas nunca conseguem ver o lado bom das coisas. Você já viu alguém que se encaixe nesse perfil dar um elogio? Pois é, o verbo elogiar não faz parte dos seus dicionários.  Eu era assim, e às vezes, ainda sou. Atualmente, procuro simplesmente ficar quieto, ao invés de reclamar. Funciona? É claro! Além de as pessoas gostarem mais de você, pelo simples fato de não reclamar, suas conversas se tornam mais interessante porque quando você para de reclamar, suas conversas e seus pensamentos se tornam mais positivos.  Vamos dar um exemplo de mudança de pensamento: você foi mal naquela prova tão temida. Logo, t

Olhos

Meus olhos sismam em olhar para trás Que olhos malvados Mal sabem dos perigos  Mal sabem dos problemas Olhos, se querem olhar Olhem para frente Por que não são nostálgicos Nem videntes

Cachoeira de solidão

Agir, os bloqueios não me deixam Viver, as mágoas não me deixam  Amar, os pensamentos não me deixam Do amor, os poetas não sabem Inconsequentemente, amam De tanto amar, se perdem Num rio de lágrimas Que numa cachoeira de solidão, deságua

Curvas

Ao sombrio brilho dos teus olhos Vejo uma sombra envenenada Vejo o vento que balança o teu cabelo E sua pele fina, toda maquiada As tuas pernas brancas Que tanto me fizeram feliz Hoje não passam de pensamentos  De um eterno aprendiz Tua boca doce Sempre com um insidioso batom vermelho Escondia a tua língua quente E um breve e caloroso desejo Tive que te matar para não morrer Tive que ver sombras onde fazia sol Tive que sorrir para não sofrer Tive que ser o mais esperto dos peixes Para não cair no teu anzol

Um pouco sobre a tal da solidão

E daí ficar em casa num sábado à noite? E daí ver casais felizes na rua e ter uma vaga lembrança daquela pessoa especial? E daí perceber que a sua solidão não pode ser compartilhada? E daí se você perceber que apesar de todos tentarem te ajudar, no fim das contas, é você que toma a decisão final? Eu queria me salvar, quis fazer isso por um bom tempo. Ainda faço. Mas a pergunta que me vem é: me salvar de que? De quem? Do que? O tempo passa e você acaba percebendo que mesmo estando entre mil pessoas, está sozinho. Sozinho. Atualmente ficamos tanto tempo na internet porque não conseguimos suportar a vida que temos. Temos os piores vícios. Não temos mais motivos para sorrir de verdade. Somos carentes, sempre achamos que precisamos de alguém. Achamos que quando tivermos aquela pessoa especial aparecer, tudo vai mudar, de repente. Mas não nos damos conta que somos essa pessoa especial.  Auto ajuda não faz meu estilo. Não quero dizer "vamos lá campeão, você consegue,

Um poema e uma obra de arte

Sou um poeta medíocre Observando as pessoas pela rua Elas caminham, com seus sorrisos falsos Em meio a toda multidão Vejo uma pessoa completamente desconectada Parecendo não saber que sabia Parecia única, mesmo entre uma multidão Às vezes me vejo vendo pessoas E outras vezes, pessoas me veem Como vou saber, se vejo ou se me veem? Quem dá as regras? Ando e sei que me seguem Sei que sigo Mas por entre os olhos daqueles que não veem Pouca coisa resta Nada resta Nesse mundo feito por porcos O melhor remédio é se ocupar Não abrir os olhos para um mundo que não te quer Não sucumbir a amores falsos A empregos falsos, a falsidade Se o que você te tem, te tem, tem alguma coisa errada Fume um cigarro, beba uma cerveja Procure alguém, dê um beijo de dez minutos Na dúvida, vá em frente Vale a pena Sobretudo, faça da sua vida, uma grande obra de arte Onde você é o artista E a sua vida é o quadro Pegue o pincel, comece a pintar Se acabar a tinta, peça mais a alg

Aparições

Merda Ela apareceu Musa, sempre musa Distante, te enxergo Eu, que dou conselhos Sou o pior conselheiro que posso ter Me pego Ao escuro ardente de mais uma madrugada  Olhando os quadros inquietos nas paredes Que apesar de cheios, não têm nada Observo Os cálidos pensamentos que tenho Suas repentinas aparições  E não sei se é loucura Ou fixação 

Um poema de Marcelo Rubens Paiva

Tento, mas você se afasta…  te abraço, você quer, mas depois se afasta… te quero, você quer, mas depois se afasta… e nem o azul-piscina escondia como você é, a coisa mais maravilhosa que já vi, e quanto mais eu tentava, mais você fugia, até… Marcelo Rubens Paiva Ainda decoro esse poema, recito-o e aí, não vai ter jeito, mesmo tentando, você não se afastará. 

Vou apertar, mas não vou acender agora

Dois maconheiros já chapados estavam num trem vazio, em pé em frente à porta queriam arrumar algum jeito de fumar lá dentro, mesmo sabendo que não estavam sozinhos. “Você acha que é uma boa ideia?” “HAHAHAHA! Eu acho que tudo é uma boa ideia!” “Ih, olha o cara aí, tá fumadão já!” “Fumadão nada aí, a graça da coisa é aproveitar a paisagem. Olha lá a favela, que coisa bonita!” “Cara, você não tá bem não.” “Eu tô ótimo!” “Mas e aí, cadê o baseado.” “Tava contigo, lembra não?” “Eu não, de uns tempos pra cá, minha memória não tá funcionando direito não.” “Tá vendo, depois eu que tô chapado aí, mó doideira essa vida. O baseado tá contigo sim, procura aí nos bolsos e na carteira.” “Vou procurar.” Com muita dificuldade, o maconheiro que estava com o baseado, consegue achar e fala com o amigo. “O Marquinho, bem que tu falou aí, o baseado tava aqui mesmo! Eu nem me lembrava, onde que tava com a cabeça hein?” “HAHAHA! Te falei, compra uns dez Torcidas aí pra nós cara,

Peixe fora d'água

Peixe, fora d'água Procurando uma solução  Para um problema não encontrado  Procurando diversão  Para afundar num rio frustrado  Procurando apego Para se apegar num mundo desapegado  Procurando vida  Para poder procurar a morte  Procurando a morte  Para não ter que morrer, dia após dia  Procurando a sinfonia perfeita  Para dançar e apreciar  Procurando o abismo  Para se jogar  Para nunca mais  Precisar de uma vida fugaz 

Inúteis

Relações que não relacionam  Problemas que não solucionam  Vidas que não vivem  Olhos que não enxergam  Ouvidos que não ouvem  Fatos que não acontecem  Televisões que não alienam  Pernas que não andam  Ladrões que não roubam  Assasssinos que não matam  Términos que não machucam  Fim que não terminam  Aonde vamos parar? 

Sorriso falso

"Quem você quer enganar com esse sorriso falso?" "Não quero enganar ninguém." "Eu te conheço. Nem olha nos meus olhos quando está mentindo." "Mas não dei um sorriso falso, foi timidez."  "Você não é uma pessoa tímida." "Todo mundo é tímido de vez em quando." "As pessoas tímidas não precisam de sorrisos falsos. Elas simplesmente ignoram os  olhares." "Eu só queria evitar brigas."  "Me conta logo o que aconteceu." "Ainda penso nela."  "Você só pode estar brincando comigo. Já estamos juntos há três meses." "Eu disse que era melhor não entrar nesse assunto, só causa problemas." "Por que não me contou antes?" "Porque sou covarde."  "Eu quero fazer dar certo." "Eu também."  Se beijaram. 

Expectador

Os meus pensamentos tomam conta de mim. Sou um mero expectador da lanterna que ilumina a garrafa perdida num oceano de maremotos que é o meu inconsciente. A mim não me preocupa questionar o inquestionável e nem duvidar do indubitável.  Estou condenado a ser livre. Mas se sou condenado a ser livre, ainda existe liberdade? Quero me libertar da sombra insidiosa que paira sobre a minha cabeça. Quero subir a montanha e ver o sol, iluminando levemente os meus pés, para que eu possa dançar. 

Ilha

Ilha, se afundando num oceano de maremotos Hoje, ontem, amanhã  Agora, antes, depois  Vejo a ilha, bem distante  E a vejo bem próxima  Tenho medo que afunde, ilha  Ontem estavas completamente alagada Selvagens são as águas que te cercam Águas intensas, profundas e mórbidas  Verdadeiro só o sol que te ilumina E tens a falsidade por todos os lados Me dói te ver assim  E sei que nada posso fazer para te salvar 

Engano

E nessa de me enganar Me engano sem querer Ainda não quero acreditar Que no fim, perdi você Não vou me lamentar Por coisas que já passaram E já não adianta falar Sobre palavras que se entalaram Devo fazer o que deve ser feito Viver de acordo com as minhas paixões Saber que nada é perfeito E que o importante da vida são as decisões

Quando se quer

Eu quero bater Quero bater até sangrar Quero andar pela rua E jogar meus escritos ao mar Sou um sem valor Que se valoriza Que se dramatiza Sabendo o que é dor Talvez eu queira amar Ficar perdido Ficar aturdido Tentando não afundar E quando afundar Não quero mãos Não quero gritos Eu só quero acordar

Chega de Cinza

Não me lembro o último sorriso sincero que dei, o último abraço apertado que me deram, nem ao menos a última conversa. Tudo desaba, num eterno abismo. Me sinto sozinho, não gosto disso. Já tentei gostar de ficar sozinho e não gosto dessa sensação. Tudo ia tão bem e de repente, as coisas resolveram mudar de caminho.  Sabe, não é nada fácil continuar uma batalha quando você mesmo está cansado demais para lutar. Eu luto contra os meus pensamentos, mas eles vêm me aterrorizar. Parece que não adianta nada ficar sentado no sofá e quando resolvo dar uma volta, espairecer a cabeça, os pensamentos vêm de novo. Não tem nada que eu faça que eu não pense em coisas que não devia.  Tive um começo de ano maravilhoso, uns seis meses de muitas alegrias, e tudo mudou. Eu, que falo tanto sobre a mudança, sinto na pele as consequências dela. Sinto que estou perdido, me sinto sem rumo, sem direção.  Devo agradecer aos meus amigos, sou muito grato a todos eles. Eles me incentivam a não desistir de nad

O camelô corajoso

Por mais que eu banque o durão, às vezes não tem como segurar. E isso aconteceu num ônibus. Nunca imaginei que um camelô pudesse me emocionar. Eu estava lá no banco alto, não sei bem o motivo, mas adoro o tal banco alto, e então, o camelô entrou. Ele foi indo lá para frente do ônibus e começou a falar: - Boa noite, sen sen sen senhores passageiros. Des des des desculpa interromper o si si si silêncio da sua vi vi vi viagem.  E com muito coragem, ele anunciou os seus produtos: balas e amendoins. Ao que fiquei com vontade de rir no primeiro momento, no segundo, e agora com lágrimas nos olhos, tive empatia pelo camelô. Fiquei pensando na sua coragem. Além da vergonha inicial de ser camelô de ônibus, ele ainda era gago. E não desistia de tentar e tentar de novo. Quando travava muito, ele parava, respirava fundo e tentava de novo.  Ele foi passando, quase ninguém comprou. Ele foi até o fim do ônibus, naquele espaço que tem cinco bancos e vendeu alguma coisa. Eu levantei o dedo e o ch

Ainda penso em você

Hoje olhei seu blog, não queria fazer isso. Não olhava desde o fim. Não faço ideia se você ainda lê o meu blog, se ainda me procura na sua cabeça. Sabe, é difícil de admitir que ainda penso em você. Meu inconsciente faz questão de me lembrar que você ainda existe, mesmo que longe. Ficou tanta coisa pela metade que o fim não pareceu um fim, pareceu um "até logo". O fim já aconteceu, mas de que adianta se você ainda permanece na minha cabeça?  Eu tive que excluir suas fotos, nossas conversas, seus áudios, tudo. Não queria ser um peso morto na sua vida. Queria que você seguisse em frente, e você seguiu.  Fiquei desesperado na época. Pedi conselho a todos que eu achava que poderiam me ajudar. Não foi fácil te esquecer. E até hoje, não consegui.  Deveríamos conversar e tentar nos entender. Infelizmente, eu não posso fazer nada. Você me bloqueou em tudo. Estou disposto a ter uma conversar, te dar as chaves das malditas algemas que ainda te prendem a mim. 

Gatos de padaria

Sei lá. Às vezes bate uma nostalgia do que já vivi. Às vezes, assim como estou agora. Sentado, pensando, pensativo. Pensando nos meus pensamentos. Me vendo de fora, fora de mim. Bebo um pouco de vodka com suco de caju, ao som de Miles Davis. Sou um mistura de emoções. Metade de mim é loucura, a outra é nostalgia. É sábado, por volta das onze da noite. Eu deveria ir beber. Deveria ver o mundo, ver as pessoas. Ás vezes amo o mundo, outras o odeio. Vai saber qual é o limite das coisas. Talvez nada tenha limite. Limite serve para te travar. Te deixar parado. Não deveria escrever nessas condições, isso dever estar ficando sem nexo. Mas não quero saber do nexo. Quero bater até sangrar. Preciso me comunicar, senão enlouqueço.  O dia não começou muito bem. Logo de manhã um vizinho veio aqui e bateu na porta do apartamento. Nem ao menos se deu ao trabalho de tocar a campainha. Disse que o meu gato trepou com a gata dele. Eu disse que não era minha culpa, que os gatos não sabem o que fazem,